...E A HISTÓRIA


Muitos acontecimentos e personagens históricos são importantes em Iakireçá.
Vejamos aqui alguns destes:


INQUISIÇÃO

Ana Catarina foi acusada e condenada pela inquisição de sua época. Isto foi muito comum durante toda a Idade Média. A raridade do acontecimento do livro é o fato de ter sido presa e julgada no Brasil. Os hereges eram, em geral, levados à Portugal para enfrentarem os tribunais. Para o Brasil era mais comum que viessem os penalizados com degredo e banimento.

Na verdade, foram várias "inquisições" no decorrer da história. O termo refere-se a várias instituições dedicadas ao combate aos hereges no seio do domínio católico. Historicamente, o primeiro grande tribunal público contra a heresia teria sido instaurado em 1022 em Orleans e a primeira inquisição (assim chamada) foi formada em 1184 em Languedoc (sul da França). A inquisição espanhola iniciou em 1478, a portuguesa em 1536 e a romana em 1542.


As acusações levantadas pelas autoridades eclesiásticas iam desde atos heréticos pequenos, como dizer impropérios contra a Igreja, até os proporcionalmente absurdos, como pragas agrícolas e terremotos. Torturas, inclusive de cunho sexual, foram sancionadas e praticadas pelas autoridades inquisitoriais durante um período da história. Muitas pessoas, principalmente mulheres, foram executadas por "crimes" religiosos.


CORRIDA DO OURO

Ana Catarina e Mariana eram crianças vivendo no formigueiro humano em que se transformou a região das Minas Gerais. O período inicial do ciclo do ouro foi o mais complicado.

Ao estopim da descoberta do primeiro veio de ouro seguiu-se um período em que todos acorreram para a região em busca de riquezas. De terra sem lei até povoados desorganizados e vilas consolidadas, tudo aconteceu muito rápido por aquelas terras.


Muitos historiadores defendem que, apesar de não ter sido tão explorada literariamente e cinematograficamente, a corrida do ouro no Brasil teve números e vulto superiores aos dos Estados Unidos. As riquezas que saíram de lá deixaram muitos ricos na terra brasilis, em Portugal e, ironicamente, na Inglaterra (através de infeliz tratado político e comercial).


PIRATAS NO RIO DE JANEIRO

Peter Skull teria feito parte da esquadra pirata que tentou invadir a cidade do Rio de Janeiro em 1710.
Os piratas eram comandados por um carismático líder, Jean-François Duclerc. A invasão seria parte de uma represália antiga contra a derrocada do projeto da França Antártica. Extra-oficialmente, a verdadeira motivação era o ouro que escoava das Minas Gerais.



Os franceses foram barrados na entrada da Baía de Guanabara pelos canhões do Forte São João e da Fortaleza de Santa Cruz. Os portugueses já haviam sido prevenidos da chegada dos agressores. A armada desistiu de forçar a entrada e desceu pela costa fluminense até chegar em Ilha Grande. Lá, resolveram retornar e aportar em Guaratiba para, por terra, alcançar e invadir o Rio de Janeiro. O desgaste e imprevistos da longa caminhada, a resistência oferecida pela população e seus escravos acabou por decretar a derrocada dos piratas.
Um ano depois, René Duguay-Trouin lideraria o exército pirata que não apenas vingaria a iniciativa malograda, como humilharia as autoridades brasileiras, tomando a cidade com facilidade e recebendo uma vultosa recompensa para libertá-la.




SOCIEDADES SECRETAS

As sociedades secretas são abordadas de maneira frequente na literatura e são parte integrante, e importante, da saga de Iakireçá também.
A lógica é simples, e acompanhou praticamente toda a história conhecida: a detenção de um segredo gera poder. E tantas são as organizações secretas registradas durante nosso processo civilizatório, que devem ter sido (ainda são) muitos segredos descobertos e conhecidos apenas por um grupo restrito de pessoas.
Os grupos abordados durante Iakireçá são a Maçonaria (quase inevitável), a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo do Rei Salomão (também conhecida como Ordem dos Templários) e três outras ordens restritas ao universo de Iakireçá.
Os Templários surgiram no início do milênio passado, com a prerrogativa primária de proteger os peregrinos cristãos que fossem e voltassem da Terra Santa. De guarda especializada, fundaram o primeiro sistema bancário com cobrança de juros e tornaram-se uma das organizações mais ricas de seu tempo, até sua derrocada originada da perseguição final por parte de Filipe, o Belo, rei da França.
A Maçonaria existe até os dias de hoje e têm, comprovadamente, interferido e influenciado alguns importantes acontecimentos de nossa e outras épocas. Ironicamente para o próprio enredo do livro, muitos são os que defendem que a Maçonaria teria se originado justamente dos templários, o que torna praticamente todos os grupos secretos citados em Iakireçá, parentes próximos.